14ª Subseção

No ano em que emergia a Ordem dos Advogados de São Paulo, em 1932, quase simultaneamente surgiram as suas primeiras vinte e oito subseções. A 14ª subseção foi instalada na cidade de São José do Rio Pardo sob a presidência provisória do dr. José Caetano de Lima.

Em 1933, através do voto, o dr. José Rodolpho Nunes foi eleito primeiro presidente. A documentação histórica da subseção descreveu a composição da primeira diretoria:

"Aos vinte e seis dias do mês de março de 1933, às 10 horas da manhã, na Sala do Fórum local, designado para a eleição da diretoria da 14ª subseção da Ordem (...) sob a presidência do dr. José Caetano de Lima (...). Declarou o presidente, instalada a mesa eleitoral, e que o voto seria secreto, tudo em conformidade com a Lei (...). Aberta as cédulas verificou-se o seguinte resultado: para presidente: dr. José Rodolfo Nunes, para vice-presidente, dr. Manoel Carlos de Siqueira; para tesoureiro, dr. João Gabriel Ribeiro ..." - Ata da 14ª subseção

1ª Diretoria

Presidente: José Rodolpho Nunes
Vice-Presidente: Manoel Carlos de Siqueira
1º Secretário: José Caetano de Lima
2º Secretário: Honório Dias de Siqueira
Tesoureiro: João Gabriel Ribeiro

O dr. José Rodolpho Nunes presidiu a subseção por apenas um ano, devido à sua mudança para a cidade de São Paulo. A presidência foi então assumida pelo dr. Leão Ribeiro de Oliveira e, em 1939, a subseção foi assumida pelo dr. João Gabriel Ribeiro, que presidiu a entidade por mais de vinte anos, entre o período de 1939 a 1966.

A eleição do dr. João Gabriel Ribeiro foi noticiada pelo jornal O Estado de S. Paulo, no qual foi listada a composição da diretoria, em 1945:


O Estado de S. Paulo, 1945

No início, a sede da 14ª subseção da OAB/SP se encontrava em uma diminuta sala no Fórum local e, mais tarde, a entidade inaugurou sua Casa do Advogado, na época presidida pelo dr. Antônio José Carvalhães. Além da sede, a 14ª subseção possui salas de apoio localizadas no Fórum da Justiça Estadual e no Fórum da Justiça do Trabalho.

Em 2011, a subseção inaugurou a Escola Superior de Advocacia (ESA), dedicada à promoção de cursos de aperfeiçoamento no contexto jurídico, em São José do Rio Pardo.

Diretoria Atual:

Presidente: Pedro Virgílio Flaminio Bastos
Vice-Presidente: Paulo Celso Boldrin
Secretária Geral: Mariângela De Aguiar
Secretária Adjunta: Ana Claudia Junqueira Franchi
Tesoureiro: Luiz Vicente Pellegrini Porto

Galeria de ex-presidentes


1933/1934 - José Rodolpho Nunes
1935/1936 - Leão Ribeiro de Oliveira
1937/1938 - Leão Ribeiro de Oliveira
1939/1940 - João Gabriel Ribeiro
1941/1942 - João Gabriel Ribeiro
1943/1944 - João Gabriel Ribeiro
1945/1946 - João Gabriel Ribeiro
1947/1948 - João Gabriel Ribeiro
1949/1950 - João Gabriel Ribeiro
1951/1952 - João Gabriel Ribeiro
1953/1954 - João Gabriel Ribeiro
1955/1956 - João Gabriel Ribeiro
1957/1958 - João Gabriel Ribeiro
1959/1960 - João Gabriel Ribeiro
1961/1962 - João Gabriel Ribeiro
1963/1964 - João Gabriel Ribeiro
1965/1966 - João Gabriel Ribeiro
1967/1968 - Honório Dias de Siqueira
1969/1970 - Honório Dias de Siqueira
1971/1972 - Honório Dias de Siqueira
1973/1974 - Honório Dias de Siqueira
1975/1976 - Honório Dias de Siqueira
1977/1978 - Oswaldo Castaldi
1979/1980 - Oswaldo Castaldi
1981/1982 - Oswaldo Castaldi
1983/1984 - Oswaldo Castaldi
1985/1986 - José Eduardo Bastos
1987/1988 - Richard Celso Amato
1989/1990 - José Luiz Molina
1991/1992 - Antônio José Carvalhães
1993/1994 - Antônio José Carvalhães
1995/1997 - Helder José Falci Ferreira
1998/2000 - Antônio José Carvalhães
2001/2003 - Luiz Henrique Alexandre Trebesquim
2004/2006 - Paulo Celso Boldrin
2007/2009 - Luiz Henrique Alexandre Trebesquim
2010/2012 - Carlos Alberto González
2013/2015 - Carlos Alberto González

Um pouco mais de história...

Rio Pardo em 1932

A OAB/SP nasceu no ano de 1932 e em pouco tempo surgiram suas primeiras 28 subseções. Naquele ano, o cenário político brasileiro era de fortes contestações políticas, pautado em um conflito armado que abrangeu todo o Estado de São Paulo, o qual ficou conhecido como Revolução de 1932.

São José do Rio Pardo participou deste momento histórico com a presença de diversos voluntários que participaram de combates como soldados. Em 1932 o Jornal A Gazeta acompanhou o início da Revolução na cidade, relatando:

"Na manhã do dia 18 chegou a São José do Rio Pardo o 1º Batalhão de Voluntários Civis, sob o comando do capitão Romão Gomes. Compõe-se de 450 unidades, um pessoal jovem e garrido, na disposição firme de defender o território paulista e alcançar, a toda força, a Constitucionalidade do Brasil." A Gazeta, 18 de julho de 1932


A Gazeta, 1932

Dois anos depois, o jornal Correio Paulistano noticiou as homenagens, orientadas pelo ex-presidente da 14ª subseção, dr. João Gabriel Ribeiro, realizadas na cidade em memória à Revolução de 1932:

"Durante a Guerra Paulista, S. José do Rio Pardo se destacou pelo grande enthusiasmo com que acolheu e auxiliou o movimento, talvez porque tenha sido uma das cidades que mais sofreram com a derrocada de 1930. Situada quase nas divisas do Estado, para aqui, logo no início das operações militares, foram enviados os primeiros voluntário sob as ordens do intrépido e dedicado comandante Romão Gomes (...). As homenagens foram orientadas e dirigidas por uma comissão composta dos srs. Cel. José Soares, Francisco Spinola Dias e dr. João Gabriel Ribeiro..." Correio Paulistano, 1934


Correio Paulistano, 1934

A Revolução de 1932 teve duração de três meses e ao fim, ainda que os revolucionários tenham se rendido, em 1933 o governo cedeu às reivindicações populares realizando uma nova Assembleia Constituinte, marcada por momentos históricos como o direito ao voto para as mulheres e um Estado democrático de direito.

Euclides da Cunha

Nascido no interior do Rio de Janeiro, Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha foi engenheiro, jornalista e escritor.

Como jornalista, Euclides da Cunha recebeu convite para ser correspondente do jornal O Estado de S. Paulo na Bahia e relatar os acontecimentos da Guerra de Canudos. Suas pesquisas e textos iniciais foram a base para que escrevesse a obra Os Sertões, a qual foi realizada na cidade de São José do Rio Pardo.

Devido a este fato, Rio Pardo se intitula como "Berço de Os Sertões" e, desde 1912, a cidade cultua a memória do escritor.

Em 1939 o jornal Correio Paulistano publicou nota sobre a Semana Euclidiana, listando obras realizadas ao longo dos anos em função da memória de Euclides da Cunha. Em 1928 o então prefeito, dr. João Gabriel Ribeiro, presidente da 14ªsubseção da OAB/SP em 1939, consta como contribuinte para a preservação da cabana na qual Euclides da Cunha escreveu o livro:

"Inaugura-se, hontem, em S. José do Rio Pardo, a Semana de Euclydes da Cunha (...). Como se sabe, o ilustre e malogrado escritor escreveu, às margens do Rio Pardo, o seu notável livro ‘Os Sertões’. S. José conserva, até hoje, como preciosa relíquia, a modesta choupana em que o intelectual e engenheiro passou os dias, trabalhando como técnico e literário. (...). Em 1928, na administração João Gabriel Ribeiro, foi construído o abrigo para o tugúrio do ‘Os Sertões’..." Correio Paulistano, 1939

Em 1975 o jornal O Estado de S. Paulo, publicou matéria no Suplemento Literário, remontando a história da cidade de São José do Rio Pardo e sua ligação com o escritor:

"Quando o modesto engenheiro fluminense aceitou, em 1896, a incumbência de construir uma enorme ponte metálica atravessando o rio Pardo, ele jamais imaginaria que no lugarejo escolhido encontraria inspiração para gerar aquela que mais tarde se tornaria a maior oba cultural da literatura brasileira (...). São José do Rio Pardo se tornou o ‘Berço de Os Sertões’..." O Estado de S. Paulo, 1975


O Estado de S. Paulo, 1975

Sabe-se que a origem da Semana Euclidiana na cidade se iniciou com uma procissão, o jornal O Estado de S. Paulo, publicou em 1990 matéria sobre a Semana que virou tradição na cidade:


O Estado de S. Paulo, 1990

"Em Rio Pardo, a tradição teve início em 15 de agosto de 1912, data em que, no Rio, Euclides foi assassinado. Houve uma romaria à casa onde o escritor morou. Nos anos seguintes, a visita se repetiu e se tornou um costume incentivado pelo Grêmio Euclides da Cunha, que tornou oficial em 1946. Naquele ano, foi criada a Casa da Cultura, em homenagem ao escritor, no mesmo imóvel onde ele viveu e no qual estão reunidos vários de seus objetos pessoais..." O Estado de S. Paulo, 1990